terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amor... E Morte!

Um Beijo

Um minuto o nosso beijo
Um só minuto; no entanto
Nesse minuto de beijo
Quantos segundos de espanto!
Quantas mães e esposas loucas
Pelo drama de um momento
Quantos milhares de bocas
Uivando de sofrimento!
Quantas crianças nascendo
Para morrer em seguida
Quanta carne se rompendo
Quanta morte pela vida!
Quantos adeuses efêmeros
Tornados o último adeus
Quantas tíbias, quantos fêmures
Quanta loucura de Deus!
Que mundo de mal-amadas
Com as esperanças perdidas
Que cardume de afogadas
Que pomar de suicidas!
Que mar de entranhas correndo
De corpos desfalecidos
Que choque de trens horrendo
Quantos mortos e feridos!
Que dízima de doentes
Recebendo a extrema-unção
Quanto sangue derramado
Dentro do meu coração!
Quanto cadáver sozinho
Em mesa de necrotério
Quanta morte sem carinho
Quanto canhenho funéreo!
Que plantel de prisioneiros
Tendo as unhas arrancadas
Quantos beijos derradeiros
Quantos mortos nas estradas!
Que safra de uxoricidas
A bala, a punhal, a mão
Quantas mulheres batidas
Quantos dentes pelo chão!
Que monte de nascituros
Atirados nos baldios
Quantos fetos nos monturos
Quanta placenta nos rios!
Quantos mortos pela frente
Quantos mortos à traição
Quantos mortos de repente
Quantos mortos sem razão!
Quanto câncer sub-reptício
Cujo amanhã será tarde
Quanta tara, quanto vício
Quanto enfarte do miocárdio
Quanto medo, quanto pranto
Quanta paixão, quanto luto!...
Tudo isso pelo encanto
Desse beijo de um minuto:
Desse beijo de um minuto
Mas que cria, em seu transporte
De um minuto, a eternidade
E a vida, de tanta morte.

Vinícius de Moraes.


Já parou para pensar quantas pessoas morrem por dia? Seja por acidente de carro, avião, por estado de saúde, por causa de um assalto ou uma simples aventura. Bom, mais de cinco mil, isso eu garanto. Mas o que leva uma pessoa a pensar na morte? Muitos problemas; relacionamentos amorosos; trabalho; estresse; depressão? Inúmeros fatores levam a morte de uma pessoa, seja suicídio, morte ‘natural’ ou homicídio. Mas o que nos leva a sofrer por essa pessoa que já não jaz em nosso mundo?

Sentimento, afeto, amor, carinho... Todos interligados. Não importa se você conhece ou não a pessoa; se a conhece mesmo por via internet, sem nunca tê-lo visto, você acaba criando um sentimento por esse ser humano, porém, tem pessoas que parece não entender esse pequeno fato da vida.

Se alguém chegar e lhe falar as seguintes palavras de uma pessoa falecida: o fulano era como um "pai" pra mim... Dai vem a irmã e fala: ele quem colocava comida em casa feliz!? Parando para analisar, com essas palavras, ela realmente gostava dele? Ou apenas se preocupava com o dinheiro que ele colocava dentro de casa? Se apenas se preocupava, é o perfil típico de uma pessoa capitalista, que não se importa com que a outra pessoa esta passando. Porque realmente é estranho alguém falar assim de um ente familiar.

Não importa o quanto você conheça uma pessoa, apenas ame, ame o quanto puder, pois terá uma hora em sua vida, onde parara para pensar no que tem feito, e verás que amou como ninguém, e deveras não importa se esse amor for correspondido, pois você poderá falar de boca cheia: EU AMEI ALGUÉM. E quando esta pessoa falecer, você poderá dizer que o amou, e não importa se esse amor for o simples amor de amizade ou o amor carnal, você o amou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário